Quem é você no rolê "retrogamer hipster" do Facebook?
Ok, vamos conversar um pouco sobre como o Facebook enxerga o público "retrogamer". Para quem não conhece o termo, ele designa pessoas que gostam e possuem hábito de jogar games antigos.
Partindo dessa definição, o primeiro ponto que chama atenção nesta peça publicitária que o Facebook veiculou nas ruas para atrair pessoas para um grupo de retrogames é a idade dos participantes, sendo notório que eles estejam próximos dos seus vinte anos.
Quem frequenta eventos de retro games, feiras de vendas, campeonatos e encontros de colecionadores sabe muito bem que a faixa etária do público está bem distante disso. Como assim,, nenhum grisalho? Nem um careca sequer? E a barriga de anos e anos com acúmulo de chopp?
Não precisamos nem sair de casa. Basta acessar perfis e grupos de redes sociais para verificar a discrepância. O próprio grupo que é exibido na peça específica, do qual até faço parte, é um bom exemplo: o retrogamer médio não é assim.
Outro ponto que chama atenção por não representar em absolutamente nada o público retro gamer é a vestimenta das pessoas. Sério, nenhum de nós se veste tão bem quanto eles. Creio até que nem o figurino da Malhação ou de Stranger Things chega próximo de compor tal variedade de cores, texturas e combinações de peças.
É claro, gente, não existe roupa pra jogar videogame, mas certamente existem roupas bem distantes do poder aquisitivo de quem prioriza colecionar jogos antigos ou até mesmo estar por dentro dos lançamentos atuais. A vestimenta do terceiro rapaz, que lembra muito a icônica jaqueta de "Todo Mundo Odeia o Chris", só me faz pensar em quantos cartuchos de Mega Drive eu conseguiria comprar na feirinha após vendê-la em um brechó.
Sei que muitos dos que leram até aqui estão simplesmente dizendo "ok boomer", então deixo bem claro que o texto não se trata de uma crítica à falsa representação de um público aparentemente homogêneo. Entenda como uma crítica a estratégia de marketing direcionado, que é completamente falha na conversão de novos membros para o grupo. O que, sim, possivelmente é justificada pela forma errônea segundo a qual os membros do grupo foram retratados.
Outro ponto que preciso considerar aqui, e que faz cair por terra minha crítica ao direcionamento da peça, é que ela não necessariamente representaria o público que faz parte daquele grupo, e sim o público alvo. Como também sou administrador de um grupo sobre retrogames, confesso que adoraria poder contar com mais membros jovens e com mais participação feminina. Isso porque a diversidade de pessoas contribui com a diversidade de ideias, e isso enriquece bastante o debate e a troca de experiências sobre questões envolvidas na indústria dos jogos.
Para descontrair um pouco, faço questão de destacar a surpresa de alguns de nossos seguidores ao contemplar a imagem.
No Twitter até o nosso querido colega Vini Amado me botou em saia justa.
E claro, não podíamos deixar de fazer aquela interação de sempre, então diga aí.
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