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Dez jogos não convencionais nos 25 anos do PlayStation

16 Bits da Depressão

03/12/2019 10h41

Há exatos 25 anos o PlayStation era lançado, iniciando a história da Sony no mercado de consoles sob marca própria. A popularização do aparelho foi tão grande no Brasil, que era possível encontrá-lo em locadoras por todo canto. Mas não por muito tempo.

Com a disseminação da pirataria, o aluguel de jogos deixou de ser um negócio rentável e, pouco a pouco, as locadoras foram fechando. Tornou-se possível encontrar alguns consoles de segunda-mão à venda em feiras locais ou lojas de usados.

Eu passava boa parte do meu tempo livre caçando diferentes jogos para aproveitar a promoção do "3 por 10". Usando a velha tática do "não funcionou, tio, posso trocar?" acabei conhecendo diversos jogos bem inusitados, e trago alguns deles na lista a seguir.

Como já consigo imaginar alguns artigos sendo escritos sob o titulo "Aniversário do PlayStation: relembre os clássicos", resolvi deixar os clássicos de lado para tratar de alguns jogos mais obscuros. Não apenas na esperança de fazer com que alguns de vocês relembrem esses "clássicos lado B", como também de recomendá-los – sério, vários deles envelheceram muito bem.

1 – Courier Crisis

Tony Hawk que me perdoe, mas este game tem a melhor trilha musical da quinta geração dos games. Por limitações orçamentais das empresas envolvidas no desenvolvimento do jogo, as licenças musicais foram adquiridas de gravadoras independentes, o que fez com que diversas bandas desconhecidas (e até mesmo bandas de garagem), como Deadbolt, 7 Seconds e Big Drill Car, fossem incluídas. As músicas são simplesmente animais, tanto que ainda escuto algumas delas hoje em dia. Confira só uma delas:

Sobre o jogo, podemos sintetizá-lo como sendo o pai de "Crazy Taxi". Em vez de dirigir um carro de praça, o jogador controla um office-boy que pedala pela cidade realizando entregas. Mas não é só isso, você pode realizar manobras com sua bike, agredir pedestres e até mesmo ter experiências com alienígenas.

Vale lembrar que é um jogo lançado em 1997, anos antes de Crazy Taxi, Tony Hawk e da versão moderna de GTA. Não seria exagero dizer que Courier Crisis influenciou não só esses clássicos, mas quem sabe até mesmo as empresas de entrega por aplicativo.

2 – Broken Sword: The Shadow of the Templars

Aí está um game a qual eu devo muito pelo meu atual conhecimento da língua inglesa.

Como é um point n' click com foco em narrativa, é imprescindível compreender os diálogos para progredir no jogo. Também é fundamental para aproveitar o jogo em si, já que é uma trama interessantíssima envolvendo teorias da conspiração, seitas secretas e personagens bem divertidos.


Se você experimentar e gostar, tenho uma notícia boa: o jogo tem quatro sequências, e você encontra coletâneas para diversos consoles, incluindo PC. Boa jogatina!

3 – The City of Lost Children

Este eu prefiro apenas mencionar e não recomendar. Isso porque é um jogo extremamente difícil e absolutamente não-intuitivo, com mecânicas grotescas.

À primeira vista o jogo impressiona por ser bem semelhante aos primeiros Resident Evil e Clock Tower no aspecto visual, com bonitos cenários pré-renderizados, mas bastam alguns minutos de jogatina para você se perguntar "ok, o que eu preciso fazer agora?". Sério, é virtualmente impossível progredir sem nenhum tipo de dica. Se você acha que eu estou exagerando, vá e experimente.

Aos interessados e impacientes, há um filme de mesmo nome no qual o jogo é baseado. Curiosamente traduzido para "Ladrão de Sonhos", o filme é um clássico do "Steampunk" e é do mesmo diretor de "O Fabuloso Destino de Amélie Poulan".

4 – Crisisbeat

Como estou deixando os clássicos de fora da lista, resolvi substituir "Fighting Force" pelo Crisisbeat para representar os "beat em up" da era 3D. Lembro muito bem que esse segundo jogo acabava sendo a opção nas locadoras quando já havia alguém jogando "Fighting Force", até por conta da semelhança de jogatina.


Uma vantagem para quem jogava pagando por hora é que ele é bem curto, fazendo com que o troco do pão rendesse uma experiência bem legal com a companhia de um amigo no segundo controle.

5 – Top Shop

Uma recomendação peculiar para aqueles que gostam de jogos de tabuleiro em versão eletrônica. Misture "Monopoly" com animes e pixel art, e o resultado é Top Shop. O jogo comporta até 4 jogadores que podem jogar compartilhando um único controle, proporcionando uma experiência competitiva entre amigos e até mesmo com a família. O único problema é que, como diversos outros jogos do console, a indisponibilidade de tradução para língua portuguesa acabava limitando a experiência.

6 – Countdown Vampires

Sinceramente, não sei como "Countdown Vampires" não fez o mesmo sucesso de Resident Evil, da Capcom. Lembro muito bem que a gente até chamava ele de "Resident Evil de vampiros" em nosso grupo de amigos.

Countdown Vampires é aquele game que dá uma pitadinha da experiência de "Um Drink No Inferno", com algumas cutscenes horripilantes e uma atmosfera típica dos jogos de "Survival Horror".

E se correr por um estabelecimento recolhendo suprimentos para meter bala em criaturas sanguessugas não te parece atrativo o suficiente, nele você ainda pode passar algumas horas em jogos de azar espalhados em mini-games.

7 – Overblood

Outro jogo que podemos inserir na categoria "Survival Horror" e que passa longe de ser um clássico é Overblood.

O jogo apela para alguns habituais elementos narrativos da ficção-científica. O jogador se encontra em uma conspiração corporativa envolvendo pesquisa genética e precisa recuperar sua memória durante a jornada de exploração de um laboratório.

Quem curte puzzles irá enfrentar alguns cenários desafiadores, chegando a precisar alternar entre três personagens para conseguir passar por alguns desafios. Algo bem semelhante ao que vimos em "The Lost Vikings", clássico dos 16 bits.

8 – Legend of Legaia

Legendo of Legaia é o mais próximo que eu devo chegar de "LoL".

Este é aquele RPG que irá te lembrar bastante do clássico Final Fantasy VII mas que vai te proporcionar uma experiência de batalha completamente diferente do que você já viu. Nela, o jogo ganha outro aspecto aparente com modelos de personagens maiores, animações mais complexas e uma mecânica de combos por combinação de botões bem interessante.


A narrativa flui muito bem até as batalhas contra alguns chefões específicos, que exigem um "grinding" excessivo que pode frustrar a jogatina. Como ainda precisaremos esperar mais algum tempo pelo FFVII Remake, vale a pena pegar esse "Lolzinho" pra jogar.

9 – Bust a Move 2

Anos antes da febre de "Just Dance", os jogos de dança eram limitados a alguns periféricos em que o jogador precisava pisotear os contatos de um tapete eletrônico para reproduzir os passos da música. Obviamente, o resultado era um desastre que mais parecia alguém pisoteando baratas do que alguém dançando, fazendo com que a praticidade de reproduzir os comandos no joystick fosse a melhor opção

Jogando no tapete ou no joystick, Bust-A-Move 2 conseguia cativar o jogador com uma eclética seleção musical, variado estilo de personagens, cenários dinâmicos que variavam de acordo com a entonação musical e um desafiante modo história com diversos desbloqueáveis.

É o tipo de jogo que privilegia aqueles que possuem algum ritmo musical e bom "timing". Fãs da franquia God of War podem utilizar toda sua experiência com "Quick Time Events" caso decidam se aventurar nas pistas de dança em Bust-A-Move 2.

10 – Ridge Racer Type 4

Para finalizar nossa lista com pé no acelerador. Ridge Racer Type 4 é aquele game de corrida que perde a alcunha de clássico para seus concorrentes, como Gran Turismo e Need for Speed.

Devendo para a concorrência no quesito gráfico e na jogabilidade, o jogo de corrida da Namco consegue ser atrativo com sua complexa mecânica de customização de carros (algo até então nunca visto com tantos detalhes) e uma trilha musical autoral bem atrativa com elementos de funk, jazz, house e soul music.

Vale salientar que a CGI de abertura foi um espetáculo para seu tempo, mostrando toda a expertise dos desenvolvedores em elevar o hype do jogador. Na minha humilde opinião, uma das melhores aberturas de jogos de todos os tempos, confira:

Estes foram alguns jogos não tão reconhecidos que tive a oportunidade de jogar durante a era 32 bits. Obviamente que, como em quase toda listagem, muita coisa interessante acabou ficando de fora então sinta-se à vontade para complementá-la com aquele memorável jogo de PlayStation.

Sobre o Blog

Diversão, alegria e jogos eletrônicos! Ou decepção, sofrimento e um pouco mais de jogos eletrônicos? O 16 Bits da Depressão vai abordar os assuntos que estão em alta no universo gamer, sempre com muito bom humor e poucos pixels.