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Tá com Frio? Confira os jogos no gelo mais simbólicos dos games

16 Bits da Depressão

20/07/2020 18h00

Brasil é um lugar onde o frio é apenas passageiro. O país tropical, abençoado por Deus, castiga com o calor na maior parte de seu território fazendo com que a eterna disputa entre os que preferem frio e os que preferem calor seja desigual.

Pelo menos na pesquisa que estou realizando com meus seguidores, até o momento 70% dos que responderam preferem se agasalhar e tomar chá quente ao ter que deitar no chão gelado da cozinha com o ventilador em cima.

 

Enquete rápida pessoal: vocês preferem o frio ou o calor?

Publicado por 16 Bits da Depressão em Quinta-feira, 16 de julho de 2020

 

É claro que gostar de frio na vida real não significa gostar de frio na ficção. Em se tratando de videogames, a baixa visibilidade de nevascas, o baixo atrito das superfícies gélidas e os monstros de cristais com altos HPs podem ser pesadelos para qualquer jogador. Com essa lista pretendo te convencer do contrário pois, mesmo com alguns desafios, as frases geladas podem conter um baita charme.

Prepare um chá quente, traga a coberta e confira só:

1.    Enduro

Você que acompanha as listas que faço aqui há um tempo sabe que gosto de organizá-las cronologicamente de acordo com minha memória afetiva. Então é claro que este clássico do Atari 2600 não poderia ficar de fora. Nele, o gelo aparece apenas como uma das variações paisagísticas do jogo e não apresenta qualquer dificuldade de se pilotar na neve por conta das limitações tecnológicas em 1983. A única dificuldade é distinguir os diferentes tons de cinza entre seu veículo e a pista, e claro, se estivesse jogando em uma TV preto e branco, a dificuldade se estenderia a evitar colisões com os demais veículos.

Como o assunto é Atari, claro que também cabe uma breve menção ao game FrostBite. Este se passa inteiramente no gelo e te coloca na pele de um esquimó que precisa montar um iglu e retornar com segurança antes que um urso polar te apanhe. Joguei muito quando criança e posso dizer que até hoje me garanto pra botar diversos dígitos no High Score.

2.    Mega Man

Quatro anos depois do lançamento de Enduro, Mega Man chegava ao Nintendinho com uma fase gelada recheada com elementos que influenciam na jogatina. Há baixo atrito na superfície e você precisa se agarrar no direcional para não escorregar e dar de cara com um inimigo. Há também um lago onde você deve mergulhar e sentir a sensação de densidade ao se movimentar de forma mais lenta. Isso, além dos diversos inimigos e plataformas de movimentos randômicos e imprevisíveis, a torna uma das fases mais punitivas da geração 8 bits e certamente contribuiu com o efeito traumatizante das fases no gelo.

3.    Donkey Kong Country

Pode procurar, você não encontrará em qualquer console de 4ª geração uma fase no gelo que seja tão bela quanto a "Snow Barrel Blast" de Donkey Kong Country. Além da física citada em Mega Man estar inclusa, aqui também há variação meteorológica onde um céu azul começa a se acinzentar enquanto a neve se torna gradualmente uma nevasca. Assim, a baixa visibilidade acaba se tornando um grande inimigo em uma fase desafiadora cuja bela paisagem é o principal alívio.

 

4.    Mario 64


Mesmo sendo literalmente um Seguista de carteirinha, preciso admitir que a Nintendo construía as melhores fases na neve. Em Mario 64 ela extrai grande capacidade da física no gelo para proporcionar corridas igualmente desafiantes e divertidas contra um penguim! Além da missão de resgate do bebê pinguim, que acabou se tornando um dos momentos mais hilários (ou trágicos) da história do console. O inconfundível toque musical de Koji Kondo abrilhanta ainda mais essa fase, tornando inevitável esta recomendação.

5.    Shenmue

É impossível falar de fenômenos meteorológicos nos vídeo games sem citar Shenmue. A beleza da neve contida no game, além de alterar a paisagem, influencia em eventos e até mesmo no efeito sonoro dos passos do personagem – um capricho dificilmente visto na indústria até então. A geada podia surgir aleatoriamente ou então seguindo os registros meteorológicos da cidade de Yokosuka em 1986 e 1987, proporcionando dias de jogatinas geograficamente verossímeis.

6.    Dark Souls II: Crown of The Ivory King


Na sétima geração de consoles o bioma gélido carimba os principais jogos cuja proposta é oferecer experiências e desafios diversificados. Dentre tantas opções, destaco uma das DLCs de Dark Souls II que acerta na dose de frio e fez valer os R$ 19,99 pagos separadamente na época.

Claro que sou suspeito pra falar como grande fã da série Souls, mas o seguimento de Ivory King possui mérito suficiente pra entrar na lista contendo os chefões mais punitivos de toda franquia. Com destaque para a épica batalha contra Lud e Zallen, tendo em mente que já é consideravelmente difícil encontrar e chegar com vida no local onde ambos se encontram.

7.    Red Dead Redemption 2

A Rockstar vai muito além dos clichês faroestes em Read Dead Redemption 2. A qualidade visual e a impressionante física do jogo nos locais de geadas são de cair o queixo. Definitivamente é aquele jogo que te faz considerar dar um upgrade no PC.

Bônus. Never Alone


Como não é só de Retrogames e Triple-A que a indústria se mantém, vale citar este indie espetacular que se passa inteiramente no Alaska. Never Alone é uma emocionante jornada que incorpora elementos folclóricos de povos nativo em um side-scrolling com alguns puzzles e bastante ação. Um jogo bem gelado e bonito que ainda traz um vídeo-documentário episodicamente desbloqueado durante o jogo – para os interessados em diferentes culturas pouco difundidas, é um prato cheio.

Assim que essa frente fria passar, retorno aqui para deixar algumas sugestões de jogos onde o calor extremo configura como um dos grandes antagonistas dos games. Até lá!

Sobre o Blog

Diversão, alegria e jogos eletrônicos! Ou decepção, sofrimento e um pouco mais de jogos eletrônicos? O 16 Bits da Depressão vai abordar os assuntos que estão em alta no universo gamer, sempre com muito bom humor e poucos pixels.